Com 11 meses eu dei meus primeiros passos, passos curtos seguido de pequenas quedas.
Desde aquela época continuar a andar requeria esforço.
Se passou quase 20 anos e andar parece me trazer a mesma sensação dos primeiros passos,
difícil, só que dessa vez requeria de mim um esforço ainda maior.
A forma como me sinto é refletida na maneira em que caminho. Quando estou feliz meu caminhar
é saltante como uma dança, quando estou insegura meu caminhar é lento e pausado,
quando estou com medo meu caminhar é desconfortável, quando estou animada meu caminhar
é empolgante, tanto quanto o de quando estou feliz, quando estou em meio a crise, áh as crises,
essas já me fizeram parar de caminhar.
Todas as vezes em que me vi em uma linha tênue de angústia me perguntei se poderia não mais andar,
como se estar parada me tirasse de momentos assim. O medo de continuar andando e me deparar com
momentos menos felizes a frente, era o que me prendia lá atrás.
Passei a não caminhar, parei de serelepemente saltar, parei de acreditar no caminho que percorri
a vida toda, o caminho do sonho.
As mãos que me seguravam aos 11 meses nada mais podiam fazer, a não ser orar por mim. Dessa vez a única mão que me levantaria era a daquele que meu deu a vida, me deu os passos.
E ele fez!
Me levantou
E tem feito isso todos os dias
E tem me guiado todas as vezes
Em que deixo meu orgulho se lado
Reconheço que nao é por força do meu próprio braço
E então, ele me levanta e me leva a lugares que nunca
imaginei pisar.